domingo, 20 de março de 2011

Talvez eu seja apenas uma mulherzinha... (na falta de um título melhor)

"Primeiro eu vou tirar essa minha máscara de fodona. Vou parar de dizer que sexo gratuito é bom, pois 2 horas de prazer não superam os 30 minutos de arrependimento enquanto se veste a roupa.
Sexo é bom, mas sexo gratuito, no fim, acaba sendo vazio.
Eu quero o que quase toda mulher quer, a minha família. Eu sei que não aparento querer isso. Meu jeito descolado, despachado, de falar o que quero, de agir como homem, de parecer independente, me faz uma caricatura de mim mesma. Não que eu não seja descolada e despachada, pois meu jeito é esse, eu sento na mesa de bar com homens e bebo cerveja e falo de sexo, mesmo que todas as outras moças fiquem ruborizadas. Mas eu não sou só isso.
Aprendi que se for a bonequinha de luxo esperando o príncipe em cavalo branco, a vida me engole. Aprendi que se a torneira da pia esta pingando eu tenho que ir lá arrumar e pronto, porque homens legais e prestativos não caem do seu. Mas isso não quer dizer que eu não seja mulher feminina, que eu não me irrite quando a minha unha quebra, e muito menos que eu tenha coragem de matar a barata que aparece no banheiro. Não subo em banquinho por que ai já é de mais também. Pulo por cima dela, e deixo ela trancada no banheiro no escuro, até resolver sumir da minha vida e me deixar fazer xixi em paz.
Eu falo o que quero, quando eu quero, porque tive provas que a vida é assim, ou você fala, ou você pode simplesmente ir embora sem ter deixado nada. Só que isso não significa que eu não queria perder as palavras, que eu não queria ter minhas frases cortadas em beijos. E muito menos que eu goste de tudo extremamente direto, e jogado na cara. Eu sei, não parece, não combina comigo, mas adoro um flerte barato e um pouco de glamour.
Só pode deixar de acreditar no amor, quem um dia acreditou. E eu não desacredito dele totalmente. Apenas não acredito mais em pessoa perfeita, em momento perfeito, para uma vida perfeita. Isso fez parte da pessoa que fui, e não da pessoa que pretendo ser. Mas é claro que o amor existe, que ainda tem pessoas que se apaixonam a primeira vista. Só acho que eu já vivi muitas coisas e já passei por situações de mais pra cair de paixão ao olhar pra uma linda cara, mesmo que essa mesma cara faça todas as minhas vontades. Vai levar um tempo, por que agora é com os dois pés no chão. Não entrego mais meu coração de bandeja. Ele vale mais. Bem mais que algumas palpitações e arrepios. Talvez esse seja o ponto que as pessoas menos compreendam. Porque o que mais vejo por ai é paixão acontece e pronto. Pode até ser. Já vivi isso. Só que agora ando precisando de um pouco mais.
Mas nada disso significa que quero que a pessoa deixe de abrir a porta do carro. Eu quero não apenas a porta do carro, mas o jantar a luz de velas. A música perfeita e conversa interessante. Por mais que tenha me tornado uma pessoa menos utópica, sou mulher, e ainda quero ouvir toda aquela preparação que o homem faz pra levar uma mulher pra cama, mesmo que eu tenha que ligar pra alguma amiga no dia seguinte e te mal dizer por ter sumido. Porque isso também é divertido, porque isso também faz parte de ser mulher.

Convite pra trepar eu recebo quase todo dia. E ta ficando vazio de mais. Preciso de um pouco de mentiras sinceras (mesmo que eu não me engane com elas). No fundo, bem lá no fundo, eu torço e acredito que um dia essa ladainha toda, vire verdade sincera. Eu sei isso ta ficando estranho, papo mulherzinha de mais, né? Minha imagem de auto-suficiente-engraçada-sarcástica-e-despachada vai ser manchada. Mas eu sobrevivo. Preciso assumir que sou romântica. Mas não espalha pra ninguém. Ok?"

 
 
Texto tirado daqui: http://www.entretantas-eu.blogspot.com/

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