terça-feira, 29 de março de 2011

“Não tenho medo da morte, porque não sei o que é a morte. A gente não sabe se a morte é melhor ou pior. Eu não quero viver nenhum dia que não possa ser objeto de orgulho. Peço a Deus que não me dê nenhum tempo de vida a mais, a não ser que eu possa me orgulhar dele.”

José Alencar

 

Tirei daqui: http://medoderodagigante.tumblr.com/

 

segunda-feira, 28 de março de 2011

Para Maria da Graça

         Quando ela chegou à idade avançada de 15 anos e eu lhe dei de presente o livro Alice no País das Maravilhas.

         Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.

         Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade. A realidade, Maria, é louca.

         Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala a verdade, Dinah, já comeste um morcego?"

         Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação perplexa é o lugar comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.

         A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas, nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados conseguem abrir uma porta bem fechada e vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.

Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece geralmente às pessoas que comem bolo.

Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser séria ou profunda.

A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg your pardon! Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo para a tua sabedoria de bolso: se gostas de gato; experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gatos se fosses eu?”.

Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os corredores chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! mas quem ganhou?" É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não conseguirá saber quem venceu. Para o bolso: se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde queres, ganhaste.

Disse o ratinho: "Minha história é longa e triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois um romance é só o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energicamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!" Sobretudo aos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.

Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo". Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.

E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida toda uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e de rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. Mas como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom-humor. Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de sofrimento ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.

Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago,  pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas".

Conclusão: a própria dor tem a sua medida. É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.

 

(Paulo Mendes Campos)

 

sexta-feira, 25 de março de 2011

SEXTA-FEIRA

“Se eu quiser fumar, eu fumo. Se eu quiser beber, eu bebo. Eu pago tudo que eu consumo com o suor de meu emprego. Confusão eu não arrumo mas também não peço arrego, eu um dia me aprumo, eu tenho fé no meu apego.”

ZECA PAGODINHO E O RAPPA (Maneiras)

 

ONDE?

Pessoas matando, pessoas morrendo. Crianças feridas e você escuta elas chorando. Então pergunte a si mesmo, onde está o amor?

Black Eyed Peas

 

Ouça

Ouça aqui, mocinha. Não fique pensando que o mundo lhe pertence não. Não caia nessa onda. E outra coisa – não se esforce. Pelo o menos não tanto. Não fique ai remando contra a maré. Dando muro em ponta de faca. Veja – se não fora pra ser, não vai ser. Acredite em mim. Coisa boba essa sua tentativa de ir além. E olhe, eu não estou pedindo pra você desistir não, não é isso. Eu só quero que você pense mais, que leia mais. Que tenha argumentos melhores. Você está muito nova ainda. Cresce!

CAIO F.

 

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ainda bem mesmo!

“Ainda bem que sempre existe outro dia.

E outros sonhos. E outros risos.

E outras pessoas. E outras coisas…”

Caio F. Abreu

 

quarta-feira, 23 de março de 2011

Sorri *-*

“Sabe quando você lembra do sorriso dele,e involuntariamente você sorri também? Então...”

 

terça-feira, 22 de março de 2011

Avião

Pode quebrar, sofrer, cair, descer, contorcer de dor
Não vou mais me prender a você, fazer o mesmo jogo
Vou bater na porta da vida, receber e pagar
Sem ter que me entregar a ninguém, seu muito pra mim
É pouco
Eu quero a paz e viver solto
Vai dizer que sou outro, sou não
Eu me cansei de ser seu avião não vou voar não
Dessa vez

Pode quebrar, sofrer, cair, descer, contorcer de dor
Não vou mais me prender a você, fazer o mesmo show
Vou bater na porta da vida, receber e pagar
Sem ter que me entregar a ninguém, nem me conformar com pouco
Eu quero a paz e viver solto
Vai dizer que sou outro, sou não
Eu me cansei de ser seu avião não vou voar não
Dessa vez

Pode quebrar, sofrer, cair, descer, contorcer de dor
Não vou mais me prender a você, fazer o mesmo jogo
Vou bater na porta da vida, receber e pagar
Sem ter que me entregar a ninguém, seu mundo pra mim
É pouco
Eu quero a paz e viver solto
Vai dizer que sou louco, sou não
Eu me cansei de ser seu avião não vou voar não


Avião Djavan

 

segunda-feira, 21 de março de 2011

É ISSO *-*

“Quando eu tinha 5 anos, minha mãe sempre me disse que a felicidade era a chave para a vida.
Quando eu fui para a escola, me perguntaram o que eu queria ser quando crescesse.
Eu escrevi:
“feliz”.
Eles me disseram que eu não entendi a pergunta, e eu lhes disse que eles não entendiam a vida.


John Lennon

 

Segunda-feira! *-*

Tradução:

Tem a ver com amor
Tem a ver com
compaixão
Tem a ver com bondade
e com

Não tem nada a ver com sorte

Você recebe o que você dá
Então dê o bem.

 

domingo, 20 de março de 2011

Talvez eu seja apenas uma mulherzinha... (na falta de um título melhor)

"Primeiro eu vou tirar essa minha máscara de fodona. Vou parar de dizer que sexo gratuito é bom, pois 2 horas de prazer não superam os 30 minutos de arrependimento enquanto se veste a roupa.
Sexo é bom, mas sexo gratuito, no fim, acaba sendo vazio.
Eu quero o que quase toda mulher quer, a minha família. Eu sei que não aparento querer isso. Meu jeito descolado, despachado, de falar o que quero, de agir como homem, de parecer independente, me faz uma caricatura de mim mesma. Não que eu não seja descolada e despachada, pois meu jeito é esse, eu sento na mesa de bar com homens e bebo cerveja e falo de sexo, mesmo que todas as outras moças fiquem ruborizadas. Mas eu não sou só isso.
Aprendi que se for a bonequinha de luxo esperando o príncipe em cavalo branco, a vida me engole. Aprendi que se a torneira da pia esta pingando eu tenho que ir lá arrumar e pronto, porque homens legais e prestativos não caem do seu. Mas isso não quer dizer que eu não seja mulher feminina, que eu não me irrite quando a minha unha quebra, e muito menos que eu tenha coragem de matar a barata que aparece no banheiro. Não subo em banquinho por que ai já é de mais também. Pulo por cima dela, e deixo ela trancada no banheiro no escuro, até resolver sumir da minha vida e me deixar fazer xixi em paz.
Eu falo o que quero, quando eu quero, porque tive provas que a vida é assim, ou você fala, ou você pode simplesmente ir embora sem ter deixado nada. Só que isso não significa que eu não queria perder as palavras, que eu não queria ter minhas frases cortadas em beijos. E muito menos que eu goste de tudo extremamente direto, e jogado na cara. Eu sei, não parece, não combina comigo, mas adoro um flerte barato e um pouco de glamour.
Só pode deixar de acreditar no amor, quem um dia acreditou. E eu não desacredito dele totalmente. Apenas não acredito mais em pessoa perfeita, em momento perfeito, para uma vida perfeita. Isso fez parte da pessoa que fui, e não da pessoa que pretendo ser. Mas é claro que o amor existe, que ainda tem pessoas que se apaixonam a primeira vista. Só acho que eu já vivi muitas coisas e já passei por situações de mais pra cair de paixão ao olhar pra uma linda cara, mesmo que essa mesma cara faça todas as minhas vontades. Vai levar um tempo, por que agora é com os dois pés no chão. Não entrego mais meu coração de bandeja. Ele vale mais. Bem mais que algumas palpitações e arrepios. Talvez esse seja o ponto que as pessoas menos compreendam. Porque o que mais vejo por ai é paixão acontece e pronto. Pode até ser. Já vivi isso. Só que agora ando precisando de um pouco mais.
Mas nada disso significa que quero que a pessoa deixe de abrir a porta do carro. Eu quero não apenas a porta do carro, mas o jantar a luz de velas. A música perfeita e conversa interessante. Por mais que tenha me tornado uma pessoa menos utópica, sou mulher, e ainda quero ouvir toda aquela preparação que o homem faz pra levar uma mulher pra cama, mesmo que eu tenha que ligar pra alguma amiga no dia seguinte e te mal dizer por ter sumido. Porque isso também é divertido, porque isso também faz parte de ser mulher.

Convite pra trepar eu recebo quase todo dia. E ta ficando vazio de mais. Preciso de um pouco de mentiras sinceras (mesmo que eu não me engane com elas). No fundo, bem lá no fundo, eu torço e acredito que um dia essa ladainha toda, vire verdade sincera. Eu sei isso ta ficando estranho, papo mulherzinha de mais, né? Minha imagem de auto-suficiente-engraçada-sarcástica-e-despachada vai ser manchada. Mas eu sobrevivo. Preciso assumir que sou romântica. Mas não espalha pra ninguém. Ok?"

 
 
Texto tirado daqui: http://www.entretantas-eu.blogspot.com/

quarta-feira, 16 de março de 2011

"(...) lá não há liberdade, mas tem sol..."

Tomara que apesar dos apesares todos,

a gente continue tendo valentia suficiente para

não abrir mão de se sentir FELIZ.

Caio Fernando de Abreu.

 



Deixe de lado esse baixo astral Erga a cabeça  Enfrente o mal Que agindo assim Será vital para o seu coração


É que em cada experiência
Se aprende uma lição Eu já sofri por amar assim Me dediquei mas foi tudo em vão

Pra que se lamentar Se em sua vida pode encontrar Quem te ame com toda força e ardor Assim sucumbirá a dor (tem que lutar)

Tem que lutar Não se abater Só se entregar A quem te merecer

Não estou dando nem vendendo como o ditado diz
o meu conselho é pra te ver, Feliz

 

* Conselho – Revelação *

 

 


segunda-feira, 14 de março de 2011

Fica **

Eu vou deixar pra lá, fingir que esqueci, agir como se não importasse. O que é verdadeiro, volta e quem tem que ficar, fica.


Caio Fernando Abreu

 

sábado, 12 de março de 2011

Cansa!

Chega uma hora, uma bendita hora, em que acontece algo que, embora não aparente de imediato, pode ser a melhor notícia da temporada, a mais promissora, desde que não nos estreite os olhos, nem congele o coração: a gente se cansa. De algumas coisas. De um monte delas. Das ilusões. De se apertar pra caber em autoimagens que, na maioria das vezes, não têm nada a ver com a gente. Cansa de ficar à mercê da felicidade que parece acontecer só de fora pra dentro. (…)

Nem todo cansaço é ruim. Há cansaço que cria intervalos preciosos, férteis de transformação. Há cansaço que nos torna mais parecidos com nós mesmos, de novo ou pela primeira vez, e mais próximos do lugar em nós onde pulsa o que nunca se cansa. Há cansaço que nos leva ao instante, em que, exaustos, reverenciamos a vida e dizemos para ela mais ou menos assim:
- Entrego o meu cansaço, farta de perceber que, por mais que eu tente, não tenho controle com relação a tudo aquilo que, de verdade, importa. '

 

Ana Jácomo

sexta-feira, 11 de março de 2011

Talvez

“É, eu confesso que não é exatamente a realidade que eu esperava encontrar. Talvez isso mude. Talvez você entre na minha vida sem tocar a campainha e me sequestre de uma vez. Talvez você pule esses três ou quatro muros que nos separam e segure a minha mão, assim, ofegante, pra nunca mais soltar. Talvez você ainda possa pular no rio e me salvar. Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor. Porque no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia”.

 

 

 

“Olhe só
Como a noite cresce em glória
E a distância traz
Nosso amanhecer
Deixa estar que o que for pra ser vigora
Eu sou tão feliz
Vamos dividir”

 

-Encontro Maria Gadú-

quarta-feira, 9 de março de 2011

Voltar...

Volte a gostar de você,

volte a cuidar de você,

esqueça o que não deu certo,

Deus está te dando uma nova página para você escrever sua vida.”

 

 

quinta-feira, 3 de março de 2011

Carnaval.... Vem que vem!!!

“Cresci mas, continuo criança!

A única coisa que mudou foi o preço e os tipo dos meus brinquedos.”

terça-feira, 1 de março de 2011

CARNAVAL

Mas é Carnaval! Não me diga mais quem é você; Amanhã tudo volta ao normal; Deixa a festa acabar, deixa o barco correr.”

- Chico Buarque.

 

“Quem me vê sempre parado, distante
garante que eu não sei sambar
tou me guardando pra quando o carnaval chegar
eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando
e não posso falar

tou me guardando pra quando o carnaval chegar…

Eng.Hawaii